quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Deficiência Visual



 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1989), deficiência representa, na área da saúde, qualquer perda ou alteração de uma estrutura ou de uma função anatómica, fisiológica ou psicológica, sendo caracterizada por perdas, alterações que podem ser temporárias ou permanentes, e que incluem a existência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou outra estrutura do corpo, incluindo a função mental. Para esta organização (1989), deficiência significa a exteriorização de um estado patológico, em princípio, reflete perturbações a nível do órgão.
Segundo Silva (1991), deficiência visual é a incapacidade parcial ou quase total (cegueira) de um indivíduo para percecionar a luz, devido a uma lesão no seu sistema visual. É um tipo de deficiência sensorial com alterações consideradas ligeiras até uma incapacidade visual total.
A Deficiência Visual diz respeito à diminuição da capacidade de visão. Os termos visão parcial, cegueira legal, baixa visão e cegueira total são comummente usados para descrever deficiências visuais.
Segundo o Decreto-Lei nº 49331 de 15 de Outubro de 1969, considera-se cegueira:
· ausência total de visão;
·  situações irrecuperáveis em que:
· a acuidade visual seja inferior a 0,1 no melhor olho e após a correção apropriada;
· a acuidade visual, embora superior a 0,1, seja acompanhada de limitações do campo visual.
As crianças cegas são todas as que não têm visão, ou cuja visão é tão deficiente, ou está em vias de se tornar tão deficiente que requer educação por métodos que não impliquem o uso de visão.

Olho — O Sentido da Visão


 «O olho é a janela do corpo humano pela qual ele abre os caminhos e se deleita com a beleza do mundo.   
… Ora, não percebeis que com os olhos alcançais toda a beleza do mundo?
O olho é o senhor da astronomia e o autor da cosmografia; ele desvenda e corrige toda a arte da humanidade; conduz os homens às partes mais distantes do mundo; é o príncipe da matemática, e as ciências que o têm por fundamento são perfeitamente corretas.  
O olho mede a distância e o tamanho das estrelas; encontra os elementos e suas localizações; ele... deu origem à arquitetura, à perspetiva, e à divina arte da pintura. 
...Que povos, que línguas poderão descrever completamente sua função!»
                                                                          LEONARDO DA VINCI 1452-1519


 
Fenómeno altamente complexo, a visão compreende o sentido da forma, o sentido da cor e o sentido luminoso, que nos permitem identificar respetivamente a forma, a cor e o contraste luminoso do mundo exterior.

O sentido da forma é a faculdade que o olho tem de perceber a figura e a forma dos objetos. Também é conhecida por acuidade visual. Esta é conseguida numa zona da retina, a mácula, quando se olha diretamente para um objeto. Constitui a visão central. As imagens formadas noutras zonas da retina, que não a mácula, não são claras, mas são de extrema importância para a leitura, para a visão de objetos grandes e para a deslocação. É a visão periférica.

O sentido da cor advém da faculdade que o olho tem para distinguir as cores. Os cones são as células da retina responsáveis pela visão das cores.
                
As imagens não dependem unicamente do olhar, mas da interação ativa do cérebro, na codificação dos múltiplos estímulos que permite atribuir um sentido à informação captada pela retina/olho.

Olhar constitui um primeiro passo para ver, no entanto entre o estímulo captado pelo ato de olhar e a perceção que define a qualidade de ver, há uma distância muito grande, mediada pelos sistemas corticais.

A função visual consiste na competência que os indivíduos possuem para conseguir recolher, integrar e dar significado aos estímulos luminosos captados pelo olho. A energia luminosa que é captada pelas células fotorecetoras da retina (cones e bastonetes), é transmitida à área occipital (córtex visual) onde é integrada com a formação proveniente dos restantes sentidos.